terça-feira, 30 de novembro de 2010

PROSAS NA CALÇADA

PROSAS NA CALÇADA.

Fim do dia

Corpo cansado

De olhar já tão baixo

Vou pra casa repousar

Água aquece no fogão

Já “ta” pronto o chimarrão

Agora vou “chimarrear”

Molecada na rua

O dia ainda claro

A passarada à cantar

Um boa tarde aqui, um “oi” ali

É gente pra lá e pra cá

Um vizinho se “abanca” de um lado

E logo, logo outro vizinho chega

Já está pronta a roda

Enquanto a tarde se deleita

Ouço latidos e mais carros passando

Atrapalhando a nossa prosa

No jardim da vizinha

Muito bem se “avista”

Um lindo pé de rosas

A tarde vai caindo

A noite vai chegando

Recolhendo a criançada

Lá se vai

Mais uma tarde

De prosas na calçada.

Rodrigo G. de Freitas.

17/11/2010.

DONO DO MEU DESTINO

DONO DO MEU DESTINO.

Eu nasci para ser livre,

E bem cedo busquei minha independência,

Liberdade foi tudo o que tive

E ao invés de infância, adolescência.

Amadureci precocemente,

Minha infância troquei pelo trabalho,

Fui exigido inocentemente

Mas não me arrependo e não me falho.

Eu mesmo me basto,

Na solidão da minha liberdade,

É o preço que pago

Por não me prender a minha idade.

Confesso que sou feliz assim

E de ninguém eu dependo,

É o que faz de mim

Um solitário estupendo.

Não permito a ninguém

Que se “meta” em meu caminho,

Pois não peço um vintém,

E me sustento sozinho.

Logo cedo vou trabalhar,

Por muito ou pouco que eu receba,

Muito tenho a me orgulhar

Desta vida que eu perceba.

Quem me conhece viu minha caminhada,

E amigos me acompanharam na vida,

Pois nunca deixei pela estrada

Tarefas por serem cumpridas.

Eu não nasci rico,

Mas um dia eu ei de ser,

Pra ajudar os meus amigos,

E quem estiver a sofrer.

Não suporto ver miséria,

Pois graças a DEUS eu nunca passei,

Dessa vida nada se leva,

Ajude a todos sem olhar a quem.

Nunca esperei recompensa

A vida me ensinou a ser generoso

Pois quem vive, vive sem pressa

E parte de um coração bondoso.

Sempre cultivei a amizade,

É um sentimento varonil,

Pois sem me importar com a idade

Tenho amigos em cada canto do Brasil.

E assim eu vou vivendo,

Nos bailes e bares da vida

Num gole e outro bebendo

A felicidade sentida.

Vou me despedindo nesses versos rimados,

E que a vida dê a todos o que eu tive,

Uma vida sem alambrados,

E mil motivos para ser livre.

Rodrigo G. de Freitas

26/05/10.

ROSAS E POLUIÇÃO

ROSAS E POLUIÇÃO.

A história testemunha nossa tradição,

De um povo bravo e aguerrido,

E entre mortos e feridos,

O povo vai mudando a opinião.

É uma lástima ter que acreditar,

Que as tantas batalhas do passado,

Que deixaram tanto legado,

Hoje é só uma lembrança no ar.

Pois dizem que o mundo mudou,

E que nada disso tem mais valor,

Pois aquele que dava a vida por sua terra e seu amor,

Hoje prova que por medo se acovardou.

Até a natureza já é mais triste,

Pois tudo enverdecia com mais facilidade,

E o homem com aquela hombridade,

Hoje já não mais existe.

Bebidas, drogas, luxúria e depressão,

É o escudo, onde o homem se esconde,

E aquele que cruzava fronteiras e horizontes,

Hoje se contenta em viver atirado no chão.

O “Desenvolvimento” aumenta ainda mais,

Tirando o homem do próprio homem,

E que hoje morrem de fome,

Por viver tanto tempo sem paz.

A soberba e a ganância dessa gente,

Segue destruindo sonhos e plantações,

O homem que era pra viver muito contente,

Continua colhendo sangue no campo das tentações.

O aramado que envolve nossas casas,

Nos deixa em constante prisão,

Quem está solto é o ladrão,

Enquanto vivemos como pássaros sem asas.

A lepra está presente em nossas vidas,

A cada dia uma nova doença surge,

E o homem que é mais rude,

Padece de dor nas infinitas filas.

E assim a modernidade vai tomando conta,

E o mundo em constante demolição,

É uma realidade que não mais me espanta,

Viver entre rosas e poluição. Rodrigo G. de Freitas, 24/03/2010.